O que é Naming e como escolher nome para empresa ou produto
22 de março 2017 | Branding, Comunicação, Marca | Diego Fávero
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Naming é um dos atributos do branding e é caracterizado como uma prática de desenvolvimento do nome para marcas, produtos ou serviços traduzindo seu posicionamento, sua essência e seus valores. Todo o processo de escolha do nome envolve uma série de fatores (e pessoas) que parte de um briefing com o cliente, passando por pesquisas de concorrência e envolvendo uma série de etapas até que chegue na seleção final.
O nome de uma marca é um fator extremamente relevante pois é por meio dele que as pessoas irão lembrar de seus produtos ou serviços e é com ele que seu branding irá ser construído para que as pessoas o reconheçam como uma marca forte, podendo pagar mais por seus produtos, indicando para amigos, compartilhando suas histórias e criando um vínculo de fidelidade.
Cada agência, especializada em naming, possui seu processo de desenvolvimento de naming. Abaixo listamos algumas etapas que caracterizam o processo de naming:
- Briefing com cliente
- Pesquisa de concorrência
- Objetivos do nome
- Características da marca/produto
- Palavras-chave do negócio
- Desenvolvimento com time de criação
- Pré-seleção para apresentação ao cliente
- Checagem de disponibilidade junto ao INPI (marcas e patentes)
- Avaliação de desempenho dos selecionados
- Seleção final para cliente
- Avaliação de desempenho com cliente-alvo
- Escolha final de nome
Todo esse processo de embargamento da metodologia pode levar horas, dias, semanas ou meses. Um nome bom para uma estratégia pode não ser tão bom para outra. Por isso é importante passar por todas as etapas de criação de naming até que chegue em um resultado final de acordo com o branding. Um bom nome contribui para a construção da personalidade de sua marca e, por outro lado, um nome mal planejado pode atrapalhar seu sucesso, chegando às vezes na necessidade de mudança de nome.
Principais análises ao escolher o nome:
Nomes longos: nomes curtos são mais fáceis de serem memorizados, como: Nike, Apple, Twitter, Pepsi. Nomes longos podem ser de difícil pronúncia e escrita.
Nome parecido com o concorrente: O nome precisa se destacar no mercado e, caso seja parecido com o concorrente, você estará dando margem a seus clientes lembrarem mais dele do que de você. Há casos que são levados à justiça por concorrência desleal (Lei da Propriedade Industrial 9279/96).
Associar ao próprio nome pessoal: Este item pode ser visto por dois lados, um positivo e outro negativo. Ter seu nome associado a sua marca pode trazer riscos como uma possível expansão dos negócios para outros territórios, como por exemplo “Escola Infantil Teixeira”, onde o “Teixeira” é uma pessoa muito respeitada em sua cidade, mas quando resolve abrir uma filial na cidade ao lado, percebe que há um outro “Teixeira”, conhecido por ser um grande traficante. Como essa escola seria vista na segunda cidade?
Por outro lado, há grandes marcas que partiram de nomes pessoais que ganharam força e se consolidaram no mercado, como por exemplo: Colgate, fundado por William Colgate, Walt Disney, Magazine Luiza, entre outras. É uma boa opção para quem possui um nome diferente ou consegue fazer uma boa combinação entre o seu nome, apelido ou sobrenome.
A Adidas é a junção do Apelido Adi com o sobrenome do fundador Adolf Dassle. Outro exemplo é da empresa Ford, que herdou o sobrenome do seu fundador Henry Ford.
Nome em outros idiomas: nomes em outras línguas podem ser de difícil compreensão caso a palavra signifique algo. No caso da pronúncia ser difícil, poderá ter problemas para o público transmitir, memorizar e escreve-la. Se puder evitar, melhor.
Nomes internacionais: há marcas que estão presentes com seu nome em diversos países e, por isso, deve-se ter um grande trabalho de pesquisa junto aos países presentes para que verifique o significado do nome e da sonoridade em todos eles, como o caso da pomada para dores musculares com nome “BenGay“.
Ignorar a sonoridade: mesmo que bonito, fale algumas vezes o nome e veja se soa bem sua sonoridade. Determinadas vogais e consoantes podem não ser recomendadas para determinados mercados.
Não verificar se o domínio (URL) na internet está disponível: há quinze anos era mais fácil garantir que um registro de domínio estivesse disponível para a compra. Hoje em dia é bem difícil escolher um nome e o domínio “nomedaempresa.com.br” estar disponível. Verifique sempre no site Registro.br a disponibilidade para não ter que acrescentar outra palavra no endereço de seu site.
Não checar no INPI: já pensou colocar sua marca no mercado, ganhar força e no meio do caminho descobrir que já existe outra empresa com esse nome e você terá que mudar? Isso acontece muito com empresas que não planejam seu naming com especialistas. O INPI é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial que registra nomes e patentes.
Não planejar: criar um nome sem pesquisar o mercado, sem planejar todos os passos, levantar dados e atrelar ao posicionamento da empresa é um “tiro no escuro”. É altamente recomendado buscar uma empresa especializada no assunto para que possa garantir que o naming seja feito corretamente e sua marca entre no mercado com uma sólida estrutura por trás dos negócios.
Caminhos a seguir:
- Nome de acordo com a identidade da marca
- Fácil de lembrar
- Nome curto
- Fácil de soletrar
- De olho nas tendências
- Atraente para o target
Portanto, ao contrário que muitas pessoas pensam, a escolha do nome para uma marca, produto ou serviço é algo que exige um estudo e uma aplicação de metodologia onde envolve diversos profissionais capacitados para tal escolha. Todo o processo de naming é planejado para que todo o esforço de construção de marca e imagem seja alinhado ao sucesso do nome e da empresa.